O ano era 1956. Metido em estudos do vestuário masculino, Flávio de Carvalho cria o chamado New Look, aludindo ao new look Dior. O novo traje adequava-se ao homem cujo habitat natural conseguia alcançar fácil os 40 graus ao meio dia (hoje, claro, isso acontece às oito).
O new look era, na realidade, o projeto de uma saia masculina acompanhada de blusa com mangas bufantes, tecida em nylon cristalizado de lavagem e secagem rápidas. Eram cortes e características muito específicos resultantes da necessidade de Flávio de libertar o homem daquele empacotamento torturante das calças e colarinhos. Seu objetivo maior: favorecer a ventilação. Tudo escrito e registrado no croqui original (clique para ampliar):
O new look era, na realidade, o projeto de uma saia masculina acompanhada de blusa com mangas bufantes, tecida em nylon cristalizado de lavagem e secagem rápidas. Eram cortes e características muito específicos resultantes da necessidade de Flávio de libertar o homem daquele empacotamento torturante das calças e colarinhos. Seu objetivo maior: favorecer a ventilação. Tudo escrito e registrado no croqui original (clique para ampliar):
Existe uma pretensão meio Coco Chanel em Flávio de Carvalho. O artista paulista que não se sabe bem se era arquiteto, estilista, engenheiro, teatrólogo, é parte relevante desta breve e mal sucedida história das saias masculinas. E falo de Chanel porque se ela foi visionária ao ponto de inserir as calças na lista de compras femininas, ele, o Flávio, o foi ao fazer a saia masculina parecer um item tão fundamental quanto o par de sapatos deste guarda roupa. E isso trinta anos antes, vale dizer, de Gaultier enfileirar seus meninos numa passarela vestindo saias franzidas ou até bem dramáticas como nessa imagem da época:
2010. As passarelas presenciam uma bem vinda invasão de saias nas coleções masculinas mundo afora. E não só as passarelas, mas também as ruas (ufa!) começam a capturar cuecas, e não calcinhas, ventilando-se por baixo dos panos. Vejo, no entanto, que tudo é ainda um burburinho sem grandes proporções. Uma proposta mais acadêmica, digamos assim, do que uma grande tendencia a ser seguida. Mas me anima o fato de que se eu quiser usar saias, isso não vai soar tão extraterrestre da minha parte. No máximo, fashionismo demais.
E fashionismo, bom, essa é a intenção. rsrs
E fashionismo, bom, essa é a intenção. rsrs
por Eduardo Aguiar
Nenhum comentário:
Postar um comentário