"Moda é negócio"
Não sei em que devidas proporções, mas certamente não a menor delas. E pra ser sincero fiquei até meio surpreso de ouvir essa frase vinda do Lino Villaventura himself. Essa semana o IT Coletivo participou do lançamento do caderno de tendencias SENAI que contou com a participação do estilista. E aquela colocação, em especial, ficou martelando até o dia seguinte aqui no QG do IT.
Quem conhece o trabalho de Lino, sabe que sua passarela não é exatamente fácil de se mastigar. Em seu mundo de realeza, luxo e barroquismos cuja raíz está fincada numa Belém de forte propriedade colonial, o estilista paraense caminha quase que indefinidamente entre o usável e o fantasioso. Há quem torça o nariz e há quem perca o fôlego. Mas como defendeu o próprio Lino: "Surpreender não é agradar". Intrigar, de qualquer forma, é sua linguagem.
Sempre fui muito relutante em relação ao fast fashion e me agrada a conotação artística que é possível dar à moda. Lino é um estilista particular por fazer um vestuário arte que é preocupado, no entanto, em vender bem. É um exemplo de como ter apelo comercial sem abrir mão de uma identidade forte e liberdade criativa. E por ser assim é que o estilista não se incomoda em seguir tendencias: único e respeitado da maneira que é, Lino mostra que as roupas que cria é tão somente o resultado do que ele vive. Um bom desginer é aquele que tudo vê, que tudo procura e tudo vive.
Assista abaixo o último desfile em que Lino Villaventura vai apropriar-se das configurações de um pássaro para desenvolver sua coleção. E já promete: a imagem do verão 2011 será ainda mais forte. Quem duvida?
por Eduardo Aguiar
É interessante essa pegada conceitual que o Lino tem. Eu concordo com ele quanto ao "moda é negócio", em todos os sentidos é a pura verdade - do fast fashion ao haute couture mais conceitual. Mas não deixa de ser arte, não deixa de ser lúdico... Adoro desfiles que fazem mix do vendável com conceitual, com o imaginário do sonho...
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